BC na ofensiva: a guerra contra o dólar histórico
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(Imagem: Valor) |
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Semana histórica: A moeda americana atingiu recordes, o Banco Central virou protagonista com intervenções bilionárias, e até fake news entrou na dança. |
Desde o início do ano, o dólar já vinha subindo e os especialistas de olho, mas a disparada recente acelerou os problemas. Vamos rebobinar um pouco na linha do tempo: |
A moeda iniciou novembro no limbo, a R$ 5,87. No momento, era o segundo maior valor da história, perdendo somente para o R$ 5,90 em 2020, durante a pandemia. |
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(Imagem: Variação durante essa semana, quando o dólar chegou até R$ 6,27 | TradingView) |
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Na terça, tweets falsos atribuídos ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo podem – ou não – ter ajudado a inflamar o mercado. A confusão resultou em novas intervenções do BC e críticas ao governo, que está sob pressão para controlar a narrativa. Mas já te contamos isso aqui. |
Ok, o dólar tá alto, mas como impacta os brasileiros?
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O aumento não fica só nas manchetes. O pão que você come de manhã, feito com trigo importado, já pesa mais no orçamento. Na bomba, o combustível, também comprado em dólar, eleva o custo do frete e, com ele, tudo o que depende de transporte. |
Ou seja, o custo elevado do combustível é repassado para o transporte, que atinge o produtor e, no final, chega diretamente no seu bolso, o consumidor. Até aquela viagem de férias já começa a cair para o fim da lista de desejos… |
O BC precisou agir
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Entre quinta-feira da semana passada, no dia 12, e esta sexta-feira, o Banco Central queimou mais de US$ 20,76 bilhões em reservas internacionais para conter o avanço da moeda. Isso incluiu leilões à vista e com recompra futura — algumas das intervenções mais volumosas desde 2021. |
O “colchão de segurança” do Brasil — o montante de reservas internacionais que o governo mantém para proteger a economia — caiu para US$ 352 bilhões, o menor nível desde abril deste ano. Isso reacendeu o debate sobre a gestão cambial. |
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Com o maior patamar da história e um cenário fiscal instável, o Brasil entra em um período de alta volatilidade. O BC pode continuar queimando reservas, mas sem ajustes concretos no pacote fiscal, o real seguirá vulnerável. |
- Além disso, queimar reservas internacionais tem um custo. Quanto mais o BC recorre a esse recurso, menos margem ele tem para atuar em situações de crises mais graves, como uma recessão global ou uma fuga de capitais.
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E o dólar vai diminuir, dênius? É bem provável que uma queda significativa no curto prazo seja difícil, principalmente sem um fortalecimento nas políticas fiscais do BR. Embora as ações do Banco Central possam segurar o aumento por hora, a falta de um ajuste fiscal robusto e a instabilidade política deixam o real vulnerável. |
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