Por Durango Duarte
As apostas estão transformando os Estados Unidos.
Este ano, os americanos devem gastar quase US$ 150 bilhões e m apostas esportivas, um salto impressionante comparado aos US$ 7 bilhões de 2018.
Além disso, US$ 80 bilhões estão sendo apostados em cassinos online, enquanto os cassinos físicos continuam a se expandir, com Manhattan possivelmente ganhando um n a Times Square e m breve.
Essa explosão nas apostas foi impulsionada pela revogação de proibições, a ascensão de aplicativos acessíveis e uma economia aquecida. Hoje, 38 estados permitem apostas esportivas, algo que já era legal há décadas em muitos outros países. A tecnologia também desempenha um papel crucial: com smartphones, é possível apostar de qualquer lugar, incluindo modalidades como “parlays”, que combinam diferentes apostas para aumentar os ganhos.
Embora muitos t e m a m o impacto social d a s apostas, especialmente entre os mais vulneráveis, os dados mostram que o novo perfil do apostador americano é composto principalmente por jovens de alta renda, tornando essas práticas menos regressivas que as loterias estaduais. Além disso, apostar e m esportes tem um elemento de habilidade e comunidade, afastando-se da imagem isolada
e mecânica das máquinas caça-níqueis.
Claro, desafios permanecem. Regulamentações ainda precisam ser aprimoradas para proteger os jogadores
mais vulneráveis, e a transparência das empresas de apostas é essencial para construir confiança. Mas tentar proibir novamente as apostas seria u m retrocesso. A experiência de outros países mostra que regulamentar, e não reprimir, é o caminho.
O crescimento das apostas reflete não apenas um forte desempenho econômico, mas também a valorização da liberdade individual.
Quase metade dos americanos diz apostar e m esportes, e esse número certamente crescerá à medida que mais estados legalizarem. Afinal, a liberdade de gastar seu dinheiro como quiser é u m a parte essencial de uma sociedade livre.
Lamentavelmente, no Brasil, a lógica da legalização dos cassinos é cercada de vieses ideológicos e não fundamentada em dados econômicos e s e u s re s u l t a d o s .
Mais uma vez a votação é adiada no Senado.
No Brasil, cassinos serão permitidos em polos turísticos ou complexos de lazer, como resorts com pelo menos 100 quartos. Há uma limitação no número de cassinos por estado, baseada na população e no território, com um máximo de três em São Paulo, dois em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará, e um nos outros estados e no Distrito Federal.
Os cassinos devem ter um capital social mínimo de R$ 100 milhões e podem ser licenciados por 30 anos. Cruzeiros com pelo menos 50 quartos também podem operar cassinos, mas não podem permanecer ancorados no mesmo local por mais
de 30 d i a s consecutivos.
Cada estado pode ter uma casa de jogo do bicho para cada 700 mil habitantes, e o licenciamento de bingos é permitido para cada 150 mil habitantes por cidade.
Estabelecimentos com corridas de cava-
los não podem ter bingos e vídeo-bingos.
E o tema adiado mais uma vez por conta da hipocrisia.